VEM NOVIDADE POR AÍ
Com o encerramento do
ciclo do regime autoritário do Estado Novo em 1945, (que exercia rígido
controle sobre a produção cultural do país, em áreas como teatro, literatura,
música e outras,) inicia-se uma nova fase para a cultura brasileira, tendo como
ponto de partida o Rio de Janeiro, notadamente com um perfil de música popular
mais criativa e com novo clima político, como o samba canção, caracterizado por
um discurso padronizado que revelava as desventuras do amor, sentimentos
íntimos tal qual autopunição e desejo de morte e relações com a mulher amada.
Cantores como Nelson Gonçalves, Jamelão, Cauby Peixoto destacam-se nesse ritmo.
Em 1955 inicia-se o
governo de Juscelino Kubitschek e o país passa anos mais adiante por um
desenvolvimento econômico, com a propagação dos veículos de comunicação de
massa, como a televisão. É nesse clima que a partir de 1958, a inovação rítmica
intitulada de bossa nova, com novo modo de “cantar falando”, samba moderno,
revolucionário e intelectualizado entra em cena tendo como precursores Antonio
Carlos Jobim, o então ex-diplomata Vinícius de Morais, João Gilberto, Ronaldo
Bôscoli, Roberto Menescal, Carlos Lyra, Silvia Teles e Johnny Alf.
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Ressalta-se que o primeiro disco gravado da bossa
nova foi Chega de Saudade (1958), de João Gilberto; a música mais expressiva
foi o samba Desafinado, com melodia de Antonio Carlos Jobim e letra de Newton
Mendonça, cujo trecho a seguir incide em um “comportamento antimusical” de
acordo com a época:
Inicialmente a bossa
nova possui uma linguagem poético-musical de cunho jazzístico, confeccionada
com elementos originados da vida urbana, demonstrando uma poesia cheia de
humor, ironia, outrora melancólica, afetiva e intimista. Nas músicas Garota de
Ipanema (Vinicius de Moraes), O
barquinho, Lobo bobo (Carlos Lyra), e
Corcovado, percebe-se esse tipo de linguagem.
Posteriormente surge a
linguagem poética- política ou “participante”, enfatizando as questões
relativas ao subdesenvolvimento no Brasil, tais quais: exploração do trabalho
reforma agrária, desemprego, a miséria do nordeste e de outras regiões do país.
São canções de protesto com músicas de João do Vale, dos irmãos Marcos e Paulo
Sergio Vale; igualmente os shows Opinião, Liberdade, Liberdade e Arena conta
Zumbi (produzido por Gianfrancesco Guarnieri e Edu Lobo).
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